Em Úrsula, conhecemos a trágica história de amor de Úrsula, uma jovem simples, e Tancredo, bacharel proveniente de uma família rica. A relação dos dois é dificultada pelo tio da moça, o Comendador Fernando, que deseja se casar com ela. Diferentemente de outros romances do Romantismo brasileiro, a obra se envolve profundamente no debate sobre a escravização, especialmente por meio dos dramas dos escravizados Túlio, Mãe Susana e Antero. Ao abordar esse tema tantas vezes escanteado por
seus contemporâneos, Maria Firmina dos Reis, considerada a primeira romancista negra do Brasil, mostra sua força como escritora. Por meio da literatura, a autora se engaja em uma importante causa social, retratando humanamente os sofrimentos e a dura realidade dos escravizados, além de assumir uma posição marcadamente abolicionista. Portanto, para além de sua estrutura central tipicamente romântica, Úrsula consiste em um veículo de denúncia e transformação social.