A poesia tem muitos jeitos de acontecer: nas imagens que cria, nas sensações que desperta, nos sons e nos ritmos que se formam com as palavras. É esse o convite dos treze poemas, que, por meio de inusitados e curiosos temas – danças, músicas, animais, brigas... –, propõem muitas brincadeiras. A aproximação de palavras com sons parecidos e significados estranhos, à primeira vista, promete diversão na leitura em voz alta e na declamação, individual ou coletiva, além de estimular uma percepção mais aguçada da língua.

A pedido da mãe, uma menina sai de casa em busca de uma fonte, onde deve pegar água. Mas o que era para ser uma simples tarefa doméstica se torna uma envolvente aventura, cujos convites aos pequenos leitores já se apresentam no alerta da mãe: que a menina tome cuidado no caminho... Que perigos ou histórias oferecem um gigante que procura por um menino chamado João e uma galinha encantada ou um lobo à caça de três porquinhos, muito malvados, segundo ele? Em suas tentativas de encontrar a fonte, a menina se encontra com personagens que povoam as infâncias das crianças de muitos lugares do mundo, reunindo-as em uma divertida história.

Um menino trabalha nas ruas engraxando sapatos. Um cliente se descobre sem dinheiro para pagar pelos serviços prestados e oferece à criança uma caixa de lápis de cor, que se mostra uma suspensão em sua difícil rotina de trabalho nas ruas da cidade. As paisagens desenhadas pelo menino, coloridas e muito diferentes dos cenários onde vive, representam os sonhos infantis de vidas seguras, justas e bem cuidadas. A história, narrada exclusivamente com imagens, é um convite à reflexão sobre as muitas infâncias existentes no Brasil.

Um galho e dez macacos, que aos poucos vão se juntando em uma envolvente e conhecida brincadeira: as histórias cumulativas. Com rimas melódicas e ilustrações divertidas, que ampliam o texto, os pequenos leitores são convidados a acompanhar e contar a chegada dos macaquinhos ao galho da árvore, que vai ficando cada vez mais carregado... A paisagem colorida e a composição de cada um dos macacos – óculos, chapéus, penteados – criam um cenário que estimula a imaginação das crianças. Propícia à leitura coletiva, a narrativa pode ser constantemente reinventada em modos e ritmos de leitura, especialmente com a participação das crianças.