A caminho da escola, Samuel percebe que sua sombra não o acompanha. Assustado e com receio do que os colegas dirão quando perceberem tal ausência, ele decide não ir à escola e procurar ajuda, mas não sabe a quem recorrer em uma situação como essa: internet, uma loja de sombras de segunda mão?... Inusitada – como o problema do menino – é a maneira como surge uma solução: no banco de um ponto de parada de ônibus, com sensação de déjà vu, ele ouve de um velho uma história exatamente como a sua, até mesmo no desconforto de uma sombra gordinha, com a qual ele não se sentia muito à vontade. Ao compreender o que perdeu, Samuel acaba encontrando algo mais valioso para sua vida.

Um menino captura uma rolinha e a prende junto com outros pássaros – um sanhaço, um sabiá, uma chapinha, um bem-te-vi, um beija-flor e dois curiós. Por descuido, ao entrar no viveiro para alimentar os bichinhos, acaba preso junto com eles e vive, por horas, a experiência do cativeiro. Assim como os pássaros não podiam voar, ele não pôde ir à escola e brincar. A chegada dos pais liberta o menino de sua rápida prisão e ele faz de sua vivência um aprendizado. Em uma narrativa marcada pela delicadeza, O menino e a rolinha convida o leitor ao exercício do deslocamento que põe à prova seus próprios desejos.