A história de A infância de Joana é contada em flashes, como recordações da narradora. Alguns retratos são familiares a muitas infâncias: as aventuras na casa dos avós; as férias na praia; as descobertas na escola; a relação com os pais. Outros momentos pedem que o leitor assuma o olhar de quem está apreendendo o mundo pela primeira vez, em sua simplicidade e mistério. Assim, Joana adentra o reino dos sentidos, decifra desejos, cataloga novos aromas e, na via da imaginação, cria histórias em seu “caderno de diversões”.
Se a infância é a parte mais importante da vida de uma pessoa, também pode ser entendida como uma preparação para o futuro. As palavras de Mariana Ianelli se desenrolam e crescem com a personagem, que conhece e sabe mais a cada passagem. As fotografias de Juliana Monteiro —corroídas, rasgadas, gastas e unidas em novas configurações — reforçam a dimensão imprecisa do ser criança pela memória. O texto fragmentado e as imagens formam um quebra-cabeça que só pode ser completado com nossa própria experiência.